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Antes de prisão, Machado esteve com Bolsonaro e se preparava para São João

Preso nesta sexta, o ex-ministro Gilson Machado almoçou com Bolsonaro ontem em Natal  - Reprodução / Instagram Gilson Machado
Preso nesta sexta, o ex-ministro Gilson Machado almoçou com Bolsonaro ontem em Natal Imagem: Reprodução / Instagram Gilson Machado
do UOL

Do UOL, em São Paulo

13/06/2025 12h38

Antes de ser preso na manhã de hoje, o ex-ministro do Turismo de Jair Bolsonaro (PL) Gilson Machado esteve com o ex-presidente e se preparava para as festas juninas no Recife.

O que aconteceu

Machado esteve com Bolsonaro em Natal ontem. Nas redes sociais, ele afirmou que foi à cidade justamente com o objetivo de acompanhar o ex-presidente e lembrou o mal-estar sofrido por Bolsonaro quando cumpria agenda na capital potiguar, em 11 de abril. O ex-ministro também estava com ele na ocasião.

Gilson recebeu o ex-presidente no aeroporto de Natal. Nos vídeos publicados, ele anuncia que Bolsonaro está "recuperado" e que vai recomeçar a "Rota 22" pelo Nordeste.

Último vídeo publicado por ele antes de voltar ao Recife é de um almoço com Bolsonaro. Machado comemorou a recuperação do ex-presidente, que ou por uma cirurgia no intestino após o mal-estar em abril e ficou três semanas internado.

Sanfoneiro, Machado se preparava para uma série de celebrações juninas em Pernambuco. Ao UOL, ele disse que, além das apresentações para o São João, estava concentrado em eventos para comemorar os 30 anos de carreira artística. Por isso, segundo ele, não havia ado os últimos dias com o ex-presidente.

Bolsonaro ligou para Machado um dia depois de prestar depoimento ao STF. O ex-ministro diz que na ligação, às 5h40 de quarta-feira (11), o ex-presidente perguntou como o amigo e ex-ministro avaliava o seu desempenho diante de Alexandre de Moraes, no STF.

Prisão de Machado

Machado foi preso por suspeita de tentar emitir aporte português para o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. A prisão foi decretada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que solicitou abertura de inquérito sobre o caso após a PF descobrir a tentativa de expedir o documento. Moraes também decretou a prisão de Mauro Cid, mas revogou ordem logo em seguida.

Ex-ministro teria tentado atrapalhar o andamento do julgamento da trama golpista no STF. Em nota enviada ao UOL na terça, o ex-ministro afirmou que tomou conhecimento das investigações pela imprensa e negou "veementemente ter ido a qualquer consulado, inclusive o português".

Machado negou ter ido "a qualquer consulado, inclusive, o Português, no Recife (PE), por meio de nota. "Reitero nessa oportunidade, que apenas mantive contato telefônico em maio último, com Consulado Português, tão somente solicitando uma agenda para meu pai Carlos Eduardo Machado Guimarães renovar o aporte, o qual foi feito após dita solicitação".

Sanfoneiro é amigo e aliado de Bolsonaro

Conhecido como Gilson Sanfoneiro, Machado é aliado e amigo próximo de Bolsonaro. O ex-ministro acompanhava o ex-presidente na viagem que ele fazia no Rio Grande do Norte, em abril, quando ou mal e precisou ar por uma cirurgia para reverter quadro de obstrução intestinal. Machado foi o primeiro a prestar socorro a Bolsonaro quando o ex-presidente ou mal.

Machado também esteve presente com o filho e com Eduardo Bolsonaro nos EUA após eleição de Trump. Os três foram os únicos políticos brasileiros a participar do evento. Foram quatro dias de viagem aquele país para, segundo os envolvidos, planejar os próximos dois anos da extrema direita no Brasil.

Machado também era presença constante nas lives de Bolsonaro. Em algumas ocasiões, ele aparecia com uma sanfona e entoava canções, como quando tocou Ave Maria em homenagem às vítimas da covid-19.

Cid, Bolsonaro e outros 29 são réus por tentativa de golpe de Estado. Segundo denúncia da PGR, o grupo tinha o objetivo de manter o ex-presidente no poder após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.

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