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Mundial de Surfe: Yago Dora voa em Trestles, é campeão e cola na liderança

Yago Dora em ação na etapa de Trestles, nos EUA - Pat Nolan/WSL
Yago Dora em ação na etapa de Trestles, nos EUA Imagem: Pat Nolan/WSL
do UOL

Guilherme Dorini

Colaboração para o UOL

14/06/2025 19h19

O Brasil tem mais um motivo para sonhar alto no Mundial de Surfe de 2025. Neste sábado (14), Yago Dora brilhou em Trestles, nos Estados Unidos — o mesmo palco que receberá a modalidade nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028 — e conquistou sua segunda vitória na temporada, a terceira da carreira na elite.

Com uma atuação dominante, o catarinense de 29 anos venceu a final contra o japonês Kanoa Igarashi e assumiu a vice-liderança do ranking mundial, entrando de vez na briga por uma vaga no WSL Finals, que definirá o campeão do mundo em Fiji.

Explosivo na decisão

A decisão começou com um aviso claro de que Yago estava em um daqueles dias iluminados. Com menos de um minuto de bateria, ainda sem o placar da transmissão aparecer na tela, ele já voou em uma esquerda limpa, mandando um aéreo de rotação e encaixando mais duas manobras fortes para abrir com um 9,53.

Na sequência, Kanoa respondeu com um 7,33, mas o brasileiro estava imparável. Em uma nova esquerda, Yago somou 6,00 com uma combinação de manobras de borda e aéreo menor, deixando o japonês em situação delicada.

Yago Dora teve dia iluminado em Trestles - Pat Nolan/WSL - Pat Nolan/WSL
Yago Dora teve dia iluminado em Trestles
Imagem: Pat Nolan/WSL

Kanoa ainda tentou reagir (conseguiu um 7,77 e depois um 8,30), mas Yago não deu chance: nova esquerda, aéreos e rasgadas, e mais 8,37 pontos na conta. Placar final: 17,90 a 16,07 e título garantido.

Viradas iluminadas

Antes da final, Yago já havia mostrado sangue frio e repertório em duas baterias difíceis. Nas quartas de final, enfrentou o australiano Ethan Ewing e virou nos últimos minutos com um aéreo limpo e decisivo, fechando em 15,37 a 14,63.

Na semifinal, encarou o local Griffin Colapinto, embalado após eliminar Filipe Toledo nas oitavas. Yago estava atrás até o fim, mas encontrou (mais) uma esquerda decisiva e mandou dois aéreos seguidos na mesma onda, arrancando um 8,90 e selando a vitória por 17,23 a 15,20.

Havaiana é campeã

No feminino, quem levou a melhor foi a havaiana Bettylou Sakura Johnson. Ela superou a australiana Molly Picklum com uma performance sólida: um 8 e um 9 nas duas melhores ondas, somando 17 pontos e garantindo sua segunda vitória na temporada — a primeira foi na Gold Coast.

Bettylou agora sobe três posições no ranking e aparece em quarto lugar. Molly é a terceira. A liderança segue com Gabriela Bryan, com Caitlin Simmers em segundo.

Próxima parada: Brasil

Com o título em Trestles, Yago Dora chega aos 38.885 pontos e assume a vice-liderança do Mundial, atrás apenas do sul-africano Jordy Smith (39.450), com quem deve travar uma disputa acirrada nas próximas etapas pela ponta do ranking. E a próxima parada é no quintal de casa.

A nona etapa do Mundial acontece em Saquarema, no Brasil, entre os dias 21 e 29 de junho. E se tem alguém que conhece bem as ondas de Itaúna, esse alguém é Yago. Ele foi campeão em 2023 e vice em 2024 — um retrospecto que só aumenta a expectativa por uma possível virada no ranking e pela chance de disputar o título mundial na grande final em Fiji.

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